2013 – EncontroS de Maracatu

ENCONTROS 2013

Do Quilombo ao Baque Virado

Pra quem não conhece Paraty, lembramos: se trata de um cidade história de enorme preservação ambiental e cultural que acolhe comunidades tradicionais ao longo de todo seu território. Cidade de fluxo cultural com o já tradicional Baque da Virada, que acontece todo Réveillon arrastando centenas de pessoas pelo Centro Histórico.

No ano de 2013 uma grande exceção aconteceu, pois sua realização foi nos dias 15, 16 e 17 de novembro, diferente de todos demais anos em que cumprimos nosso ritual no dia 2 de novembro. Essa exceção propiciou a oportunidade única de recebermos Mestre Afonso Aguiar, Mestre e dirigente da Nação Leão Coroado, uma das mais antiga e tradicionais Nações de Pernambuco! Que por questões religiosas era inconcebível estar longe do seu terreiro no dia dos finados. Mais especial ainda se torna quando o em questão esta Nação completa 150 anos de existência e luta na cultura do candomblé e da cultura popular.

No ano de 2013 tbm desencarna uma das pessoas mais importantes e queridas do Recife, Olga de Santana Batista, Dona Olga herdeira da Nação Estrela Brilhante de Igarassu, uma pessoa respeitada e estimada por batuqueiros de todo o mundo, então tivemos a oportunidade de trazer e conviver Mestre Gilmar representando o legado de sua mãe nesse momento.

Outro diferencial daquele ano foi a escolha, que depois veio a se tornar valor do projeto: a procura e proximidade com os quilombos e movimentos de resistência afro-brasileira e candomblecista nas localidades em que o projeto chega. A parceria foi concretizada com o apoio da Secretaria de Cultura do Município de Paraty e da comunidade afro-rural da Associação de Moradores do Quilombo Campinho da Independência.

Engatando nesse formato diferente dos anteriores, o EncontroS faz proveito dos valores locais ligados à cultura caiçara e quilombola da região e dos laços dessa cidade encantada que já recebe batuqueiros anualmente de diversas regiões para tradicional baque do réveillon. Mais uma singularidade dessa edição: as acomodações ficam por conta dos participantes, demos indicações de campings e pousadas no próprio quilombo e deixamos que as pessoas organizassem isso por conta própria, interagindo e aquecendo a economia da comunidade. Toda a estrutura base do restaurante do Quilombo recebeu os debates, refeições, apresentações e o grande cortejo final que percorreu o quilombo e encerrou o evento com festa e uma grande roda de união.