ENCONTROS 2015

Maracatu de Norte a Sul
Recebemos no ano de 2015 o apoio da Associação Cultural Arrasta Ilha de Florianópolis/SC para realizarmos o EncontroS nas proximidades da cidade. A região sul foi cogitada com o intuito de agregar a parcela dos grupos que não conseguiram participar das edições anteriores e, também, por possuir uma diversidade cultural que agregará novos elementos a esta edição.
O Estado de Santa Catarina chegou possuir oito grupos de Maracatu de Baque Virado até aquele ano. Na época, existiam cinco grupos em atividade: Arrasta Ilha (Florianópolis), Tamboritá (Palhoça), Capivara (Blumenau), Morro do Ouro (Joinville) e Encanto do Sul (Itajaí). Dessa forma é importante destacar que a prática do Baque Virado na região não é um fenômeno novo. O Maracatu Arrasta Ilha – grupo mais antigo do Estado – já integra a cultural local há treze anos, atuando em diversos eventos da cidade de cunho social, político e religioso.
Apesar da imagem difundida midiaticamente de que o Estado de Santa Catarina seria a “Europa brasileira”, onde predomina a relação com a cultura europeia, há uma significativa parcela da população negra que tem suas produções culturais originárias e que precisam ser referenciadas e valorizadas, como o Cacumbi ou Catumbi – definição para festa para Nossa Senhora do Rosário – que também estão presentes dentro da história das Nações de Maracatu pernambucanas. Além da diversidade de terreiros, grupos de capoeira, sambas, hip-hop e teatros que produzem expressões culturais afro-brasileiras que precisam de maior visibilidade e articulação para garantir seu espaço.
Por volta de 2015, na região de Florianópolis, uma comunidade foi reconhecida como quilombola e seguiu em processo no INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para a demarcação de seu território. Por isso, envolvemos o Quilombo Urbano Vidal Martins com intuito de promover vivências e trocas entre os diferentes protagonistas da cultura afro-brasileira, munindo de repertório e experiências que geram o fortalecimento das práticas para tornar evidente a manifestação cultural afro-brasileira para a população da região.
Neste contexto tivemos a possibilidade de contribuir, levando um evento cultural que prioriza a ancestralidade e as tradições culturais, assim como aproximando as populações locais para participar do evento.
Do palhoquês ‘Guardado em Baú’, esta região foi nomeada tal qual tesouro de pirata: a preciosidade da natureza fez desse lugar um verdadeiro tesouro, que merece ser guardado em baú, mas nada disso resume a magia do lugar!
Convidados
Mestre Hugo Leonardo – Nação Leão da Campina
Fabio Sotero (Presidente) – Nação Aurora Africana e AMANPE (Associação dos Maracatu Nação de Recife)
Felipe Itaiguara – Nação Raízes de Pai Adão.
Número de participantes
129
Equipe nacional
Fernanda Echuya, Fernando Camargo, Jorge Rufino, Celso Corisco
Equipe Local
Ronaldo Rodrigues, Prit Prazeres, Alexandra Alencar, Charles Raimundo, Luana Appel e Leonardo Cruz